da Reuters
da Folha Online
Em 1992, após um conflito que deixou milhares de mortos, a Ossétia do Sul proclamou sua independência da Geórgia --que não aceitou a separação. Desde então, a região vive sobre clima de tensão com a Geórgia querendo retomar a região e a Ossétia do Sul --apoiada pela Rússia-- defendendo sua autonomia.
Nesta sexta-feira, as forças militares georgianas invadiram a Ossétia do Sul. O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, decretou a mobilização geral do país e denunciou que aviões russos bombardearam o território georgiano após a ofensiva.
Horas depois de líderes russos terem condenado o ataque georgiano e alertado a Geórgia de que seu ataque na região provocaria uma retaliação, a televisão russa mostrou imagens de tanques russos e informou que eles estavam se dirigindo à região da Ossétia do Sul. A informação foi confirmada pela Rússia e pela Geórgia.
Líderes da comunidade internacional condenaram nesta sexta-feira o conflito que está ocorrendo na região georgiana da Ossétia do Sul e pediram que o diálogo entre as partes seja restabelecido.
Veja a cronologia dos conflitos entre Geórgia e Ossétia do Sul:
Novembro de 1989: Ossétia do Sul declara sua autonomia da República Socialista Soviética da Geórgia, iniciando três meses de conflitos
Dezembro de 1990: Geórgia e Ossétia do Sul começam um novo conflito armado que dura até 1992
Junho de 1992: Líderes russos, georgianos e sul ossetianos se encontram em Sochi, assinam um armistício e concordam com a criação de uma força de manutenção da paz tripartidária com 500 soldados de cada entidade
Novembro de 1993: Ossétia do Sul escreve sua própria constituição
Novembro de 1996: Ossétia do Sul elege seu primeiro presidente
Dezembro de 2000: Rússia e Geórgia assinam um acordo governamental para re-estabelecer a economia na zona de conflito
Dezembro de 2001: Ossétia do Sul elege Eduard Kokoity como presidente. Em 2002, ele pede a Moscou para reconhecer a independência da região
Janeiro de 2005: Rússia dá sua aprovação ao plano da Geórgia de dar ampla autonomia a Ossétia do Sul em troca do fim de seu pedido de independência
Novembro de 2006: Ossétia do Sul endossa sua separação de Tbilisi em um referendo. O primeiro-ministro da Geórgia diz que isto é parte de uma campanha da Rússia para iniciar uma guerra.
Abril de 2007: O Parlamento da Geórgia aprova uma lei para criar uma administração temporária na Ossétia do Sul, levantando as tensões com a Rússia
Junho de 2007: Separatistas da Ossétia do Sul dizem que a Geórgia atacou Tskhinvali com morteiros e rifles. O governo de Tbilisi nega as acusações.
Outubro de 2007: Conversas mediadas pela Organização de Segurança e Cooperação na Europa entre a Geórgia e a Ossétia do Sul.
Março de 2008: Ossétia do Sul pede ao mundo que reconheça sua independência da Geórgia, seguindo o apoio ocidental à separação de Kosovo da Sérvia.
Março de 2008: O pedido da Geórgia para entrar na Otan, apesar de fracassado, leva o Parlamento russo a pedir ao Kremlin que reconheça a independência da Ossétia do Sul e da Abkhazia, outra região separatista da Geórgia.
Abril de 2008: Ossétia do Sul rejeita um acordo georgiano de divisão do poder e insiste em sua total independência.
Agosto de 2008: Forças da Ossétia do Sul e da Geórgia iniciam conflitos. A Geórgia diz que suas forças "libertaram" a maior parte da capital ossetiana, Tskhinvali.
08 de Agosto: Forças da Geórgia invadem a Ossétia do Sul. As forças russas invadem território georgiano em retribuição. Segundo líder separatista, há cerca de 1.400 mortos.
09 de Agosto: Presidente da Geórgia anuncia estado de guerra e pede cessar-fogo. Caças russos bombardeiam alvos da região. Conselho de Segurança da ONU fracassa em tentar solução para o conflito.
10 de Agosto: Rússia não aceita cessar-fogo, intensifica bombardeios e prepara bloqueio naval no Mar Negro. Tropas georgianas se retiram da Ossétia do Sul. EUA acusa Moscou de querer derrubar presidente da Geórgia.
11 de Agosto: Comunidade internacional pede que Rússia aceite cessar-fogo. Geórgia diz que caças russos bombardearam arredores da capital. Tropas russas avançam fora de regiões separatistas. Cruz Vermelha afirma que conflito deixa 40 mil refugiados.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário