Sergei Chirikov/Agência EFE
Mulher carrega pertences, após sua casa ser destruída em ataque
Denis Dyomkin, da Agência Reuters
Leia também:
>> Rússia atribui rompimento militar à política da Otan
A Rússia reconheceu na terça-feira como Estados independentes duas regiões separatistas da Geórgia, em uma decisão que fez aumentar a tensão na região do Cáucaso e que colocou o governo russo em rota de colisão com o Ocidente.
O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou que o desejo do governo georgiano de reconquistar a Abkházia e a Ossétia do Sul por meio do uso da força havia acabado com todas as esperanças de uma coexistência pacífica.
"Saakashvili (presidente georgiano, Mikheil Saakashvili) optou pelo genocídio para resolver suas questões políticas", afirmou Medvedev em um pronunciamento transmitido desde sua residência de verão, na região praiana de Sochi.
"Os moradores da Ossétia do Sul e da Abkházia já se manifestaram mais de uma vez em referendos apoiando a independência de suas Repúblicas. Segundo concluímos depois do que ocorreu, eles têm o direito de decidirem sozinhos a respeito de seu destino."
A manobra de Medvedev surge no momento em que tanques e soldados russos ainda ocupam parte da Geórgia após a guerra travada em torno da Ossétia do Sul no começo deste mês -- a primeira vez em que a Rússia enviou tropas para um outro país desde o fim da União Soviética, em 1991.
Os EUA, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e potências européias criticaram prontamente a decisão do governo russo.
A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, descreveu-a como "lamentável". Já a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, considerou-a "totalmente inaceitável". A Grã-Bretanha "rejeitou categoricamente" a decisão ao passo que a França manifestou desalento.
O ministro sueco das Relações Exteriores, Carl Bildt, disse que o governo russo havia "escolhido uma política de confrontação, não apenas com o restante da Europa, mas também com a comunidade internacional como um todo".
No entanto, as potências ocidentais não possuem muitos instrumentos para punir a Rússia.
A Organização das Nações Unidas (ONU) não conseguiria adotar sanções contra o país porque este, na qualidade de membro permanente do Conselho de Segurança, possui poder de veto dentro do órgão.
Além disso, as potências ocidentais temem realizar qualquer manobra que faça a Rússia cancelar seu apoio aos esforços para conter o programa nuclear do Irã ou sua anuência à movimentação de forças da Otan no Afeganistão.
Uma eventual retaliação poderia envolver alguma grande entidade internacional: expulsar a Rússia do Grupo dos Oito (G8, que reúne grandes países industrializadas) ou vetar o acesso dela à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em uma entrevista concedida ao canal de TV Russia Today, controlado pelo governo russo, Medvedev disse não ter medo de uma nova Guerra Fria.
"Nada nos assusta, mesmo a possibilidade de instalar-se uma nova Guerra Fria. Mas nós não queremos isso", afirmou o presidente. "Nesta situação, tudo dependerá da postura adotada por nossos parceiros."
O governo russo mandou que o Ministério das Relações Exteriores do país sele laços diplomáticos com as duas regiões georgianas e que o Ministério da Defesa garanta a paz naquelas áreas.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Primeiros veículos militares russos deixam a Ossétia do Sul
Moscou, 18 ago (EFE).- Os primeiros veículos militares russos começaram a sair hoje de Tskhinvali, a capital da região separatista georgiana da Ossétia do Sul, informou a agência oficial russa "RIA Novosti".
Segundo o correspondente desta agência, trata-se de uma coluna de cinco a dez veículos militares que partiram rumo a Vladikavkaz, capital da vizinha república russa da Ossétia do Norte.
Segundo o correspondente desta agência, trata-se de uma coluna de cinco a dez veículos militares que partiram rumo a Vladikavkaz, capital da vizinha república russa da Ossétia do Norte.
sábado, 16 de agosto de 2008
Acordo determina retirada russa da Geórgia, diz Sarkozy
PARIS (Reuters) - A Rússia tem de retirar-se de todas as grandes cidades da Geórgia, segundo o acordo de paz assinado, apesar de condições autorizando "medidas de segurança adicionais", diz uma carta enviada pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, ao líder da Geórgia, Mikhail Saakasvhili.
"Como especifiquei em nossa entrevista conjunta à imprensa em Tbilisi, estas 'medidas de segurança adicionais' somente podem ser implementadas na proximidade imediata da Ossétia do Sul e excluem qualquer outra parte do território georgiano", diz a carta, tornada pública pelo gabinete de Sarkozy no domingo.
O acordo firmado esta semana pela França autoriza as forças russas a adotar temporariamente medidas adicionais de segurança até a chegada de forças de paz internacionais --as quais dependem da aprovação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.
Permanece a incerteza sobre quanto tempo levará a Rússia para retirar as tropas e até onde elas irão. Neste sábado, a Geórgia acusou as tropas russas de cortarem a principal ligação ferroviária leste-oeste do país ao explodirem uma ponte em plena luz do dia.
A Rússia negou que suas forças tenham sido responsáveis pela destruição da ponte.
A carta de Sarkozy diz que, segundo o acordo, as forças russas não seriam autorizadas a permanecer em nenhuma das grandes cidades fora da Ossétia do Sul e o transporte rodoviário e ferroviário deverá ser assegurado.
"Mais precisamente, estas 'medidas' só podem ser implementadas dentro de uma zona de poucos quilômetros dos limites administrativos entre a Ossétia do Sul e o restante da Geórgia, de tal modo que nenhum grande centro urbano aí esteja incluído --estou pensando em particular na cidade de Gori", diz a carta.
"Arranjos especiais terão de ser definidos para garantir a liberdade de movimento pelas rotas rodoviárias e ferroviárias da Geórgia," afirma o texto.
(Escrito por James Mackenzie)
"Como especifiquei em nossa entrevista conjunta à imprensa em Tbilisi, estas 'medidas de segurança adicionais' somente podem ser implementadas na proximidade imediata da Ossétia do Sul e excluem qualquer outra parte do território georgiano", diz a carta, tornada pública pelo gabinete de Sarkozy no domingo.
O acordo firmado esta semana pela França autoriza as forças russas a adotar temporariamente medidas adicionais de segurança até a chegada de forças de paz internacionais --as quais dependem da aprovação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.
Permanece a incerteza sobre quanto tempo levará a Rússia para retirar as tropas e até onde elas irão. Neste sábado, a Geórgia acusou as tropas russas de cortarem a principal ligação ferroviária leste-oeste do país ao explodirem uma ponte em plena luz do dia.
A Rússia negou que suas forças tenham sido responsáveis pela destruição da ponte.
A carta de Sarkozy diz que, segundo o acordo, as forças russas não seriam autorizadas a permanecer em nenhuma das grandes cidades fora da Ossétia do Sul e o transporte rodoviário e ferroviário deverá ser assegurado.
"Mais precisamente, estas 'medidas' só podem ser implementadas dentro de uma zona de poucos quilômetros dos limites administrativos entre a Ossétia do Sul e o restante da Geórgia, de tal modo que nenhum grande centro urbano aí esteja incluído --estou pensando em particular na cidade de Gori", diz a carta.
"Arranjos especiais terão de ser definidos para garantir a liberdade de movimento pelas rotas rodoviárias e ferroviárias da Geórgia," afirma o texto.
(Escrito por James Mackenzie)
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Veja a cronologia dos conflitos entre Geórgia e Ossétia do Sul
da Reuters
da Folha Online
Em 1992, após um conflito que deixou milhares de mortos, a Ossétia do Sul proclamou sua independência da Geórgia --que não aceitou a separação. Desde então, a região vive sobre clima de tensão com a Geórgia querendo retomar a região e a Ossétia do Sul --apoiada pela Rússia-- defendendo sua autonomia.
Nesta sexta-feira, as forças militares georgianas invadiram a Ossétia do Sul. O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, decretou a mobilização geral do país e denunciou que aviões russos bombardearam o território georgiano após a ofensiva.
Horas depois de líderes russos terem condenado o ataque georgiano e alertado a Geórgia de que seu ataque na região provocaria uma retaliação, a televisão russa mostrou imagens de tanques russos e informou que eles estavam se dirigindo à região da Ossétia do Sul. A informação foi confirmada pela Rússia e pela Geórgia.
Líderes da comunidade internacional condenaram nesta sexta-feira o conflito que está ocorrendo na região georgiana da Ossétia do Sul e pediram que o diálogo entre as partes seja restabelecido.
Veja a cronologia dos conflitos entre Geórgia e Ossétia do Sul:
Novembro de 1989: Ossétia do Sul declara sua autonomia da República Socialista Soviética da Geórgia, iniciando três meses de conflitos
Dezembro de 1990: Geórgia e Ossétia do Sul começam um novo conflito armado que dura até 1992
Junho de 1992: Líderes russos, georgianos e sul ossetianos se encontram em Sochi, assinam um armistício e concordam com a criação de uma força de manutenção da paz tripartidária com 500 soldados de cada entidade
Novembro de 1993: Ossétia do Sul escreve sua própria constituição
Novembro de 1996: Ossétia do Sul elege seu primeiro presidente
Dezembro de 2000: Rússia e Geórgia assinam um acordo governamental para re-estabelecer a economia na zona de conflito
Dezembro de 2001: Ossétia do Sul elege Eduard Kokoity como presidente. Em 2002, ele pede a Moscou para reconhecer a independência da região
Janeiro de 2005: Rússia dá sua aprovação ao plano da Geórgia de dar ampla autonomia a Ossétia do Sul em troca do fim de seu pedido de independência
Novembro de 2006: Ossétia do Sul endossa sua separação de Tbilisi em um referendo. O primeiro-ministro da Geórgia diz que isto é parte de uma campanha da Rússia para iniciar uma guerra.
Abril de 2007: O Parlamento da Geórgia aprova uma lei para criar uma administração temporária na Ossétia do Sul, levantando as tensões com a Rússia
Junho de 2007: Separatistas da Ossétia do Sul dizem que a Geórgia atacou Tskhinvali com morteiros e rifles. O governo de Tbilisi nega as acusações.
Outubro de 2007: Conversas mediadas pela Organização de Segurança e Cooperação na Europa entre a Geórgia e a Ossétia do Sul.
Março de 2008: Ossétia do Sul pede ao mundo que reconheça sua independência da Geórgia, seguindo o apoio ocidental à separação de Kosovo da Sérvia.
Março de 2008: O pedido da Geórgia para entrar na Otan, apesar de fracassado, leva o Parlamento russo a pedir ao Kremlin que reconheça a independência da Ossétia do Sul e da Abkhazia, outra região separatista da Geórgia.
Abril de 2008: Ossétia do Sul rejeita um acordo georgiano de divisão do poder e insiste em sua total independência.
Agosto de 2008: Forças da Ossétia do Sul e da Geórgia iniciam conflitos. A Geórgia diz que suas forças "libertaram" a maior parte da capital ossetiana, Tskhinvali.
08 de Agosto: Forças da Geórgia invadem a Ossétia do Sul. As forças russas invadem território georgiano em retribuição. Segundo líder separatista, há cerca de 1.400 mortos.
09 de Agosto: Presidente da Geórgia anuncia estado de guerra e pede cessar-fogo. Caças russos bombardeiam alvos da região. Conselho de Segurança da ONU fracassa em tentar solução para o conflito.
10 de Agosto: Rússia não aceita cessar-fogo, intensifica bombardeios e prepara bloqueio naval no Mar Negro. Tropas georgianas se retiram da Ossétia do Sul. EUA acusa Moscou de querer derrubar presidente da Geórgia.
11 de Agosto: Comunidade internacional pede que Rússia aceite cessar-fogo. Geórgia diz que caças russos bombardearam arredores da capital. Tropas russas avançam fora de regiões separatistas. Cruz Vermelha afirma que conflito deixa 40 mil refugiados.
da Folha Online
Em 1992, após um conflito que deixou milhares de mortos, a Ossétia do Sul proclamou sua independência da Geórgia --que não aceitou a separação. Desde então, a região vive sobre clima de tensão com a Geórgia querendo retomar a região e a Ossétia do Sul --apoiada pela Rússia-- defendendo sua autonomia.
Nesta sexta-feira, as forças militares georgianas invadiram a Ossétia do Sul. O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, decretou a mobilização geral do país e denunciou que aviões russos bombardearam o território georgiano após a ofensiva.
Horas depois de líderes russos terem condenado o ataque georgiano e alertado a Geórgia de que seu ataque na região provocaria uma retaliação, a televisão russa mostrou imagens de tanques russos e informou que eles estavam se dirigindo à região da Ossétia do Sul. A informação foi confirmada pela Rússia e pela Geórgia.
Líderes da comunidade internacional condenaram nesta sexta-feira o conflito que está ocorrendo na região georgiana da Ossétia do Sul e pediram que o diálogo entre as partes seja restabelecido.
Veja a cronologia dos conflitos entre Geórgia e Ossétia do Sul:
Novembro de 1989: Ossétia do Sul declara sua autonomia da República Socialista Soviética da Geórgia, iniciando três meses de conflitos
Dezembro de 1990: Geórgia e Ossétia do Sul começam um novo conflito armado que dura até 1992
Junho de 1992: Líderes russos, georgianos e sul ossetianos se encontram em Sochi, assinam um armistício e concordam com a criação de uma força de manutenção da paz tripartidária com 500 soldados de cada entidade
Novembro de 1993: Ossétia do Sul escreve sua própria constituição
Novembro de 1996: Ossétia do Sul elege seu primeiro presidente
Dezembro de 2000: Rússia e Geórgia assinam um acordo governamental para re-estabelecer a economia na zona de conflito
Dezembro de 2001: Ossétia do Sul elege Eduard Kokoity como presidente. Em 2002, ele pede a Moscou para reconhecer a independência da região
Janeiro de 2005: Rússia dá sua aprovação ao plano da Geórgia de dar ampla autonomia a Ossétia do Sul em troca do fim de seu pedido de independência
Novembro de 2006: Ossétia do Sul endossa sua separação de Tbilisi em um referendo. O primeiro-ministro da Geórgia diz que isto é parte de uma campanha da Rússia para iniciar uma guerra.
Abril de 2007: O Parlamento da Geórgia aprova uma lei para criar uma administração temporária na Ossétia do Sul, levantando as tensões com a Rússia
Junho de 2007: Separatistas da Ossétia do Sul dizem que a Geórgia atacou Tskhinvali com morteiros e rifles. O governo de Tbilisi nega as acusações.
Outubro de 2007: Conversas mediadas pela Organização de Segurança e Cooperação na Europa entre a Geórgia e a Ossétia do Sul.
Março de 2008: Ossétia do Sul pede ao mundo que reconheça sua independência da Geórgia, seguindo o apoio ocidental à separação de Kosovo da Sérvia.
Março de 2008: O pedido da Geórgia para entrar na Otan, apesar de fracassado, leva o Parlamento russo a pedir ao Kremlin que reconheça a independência da Ossétia do Sul e da Abkhazia, outra região separatista da Geórgia.
Abril de 2008: Ossétia do Sul rejeita um acordo georgiano de divisão do poder e insiste em sua total independência.
Agosto de 2008: Forças da Ossétia do Sul e da Geórgia iniciam conflitos. A Geórgia diz que suas forças "libertaram" a maior parte da capital ossetiana, Tskhinvali.
08 de Agosto: Forças da Geórgia invadem a Ossétia do Sul. As forças russas invadem território georgiano em retribuição. Segundo líder separatista, há cerca de 1.400 mortos.
09 de Agosto: Presidente da Geórgia anuncia estado de guerra e pede cessar-fogo. Caças russos bombardeiam alvos da região. Conselho de Segurança da ONU fracassa em tentar solução para o conflito.
10 de Agosto: Rússia não aceita cessar-fogo, intensifica bombardeios e prepara bloqueio naval no Mar Negro. Tropas georgianas se retiram da Ossétia do Sul. EUA acusa Moscou de querer derrubar presidente da Geórgia.
11 de Agosto: Comunidade internacional pede que Rússia aceite cessar-fogo. Geórgia diz que caças russos bombardearam arredores da capital. Tropas russas avançam fora de regiões separatistas. Cruz Vermelha afirma que conflito deixa 40 mil refugiados.
Geórgia assina plano europeu de cessar-fogo
O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, assinou uma proposta de cessar-fogo apresentada pela União Européia nesta segunda-feira na capital, Tbilisi.
O documento foi assinado por Saakashvili ao lado do ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner e da Finlândia, Alexander Stubb, que estão na Geórgia para tentar negociar o fim do conflito.
Os detalhes da proposta ainda são desconhecidos, mas parte do conteúdo do plano envolve o cessar-fogo imediato, a retirada controlada das tropas dos lados e eventuais discussões políticas. Nesta segunda-feira, o presidente russo Dmitri Medvedev, afirmou que a operação militar russa na Ossétia do Sul estaria próxima do final. Apesar disso, os conflitos continuam na região.
Cessar-fogo Cessar-fogo No domingo, o presidente da Geórgia declarou cessar-fogo e propôs o início das negociações com a Rússia para pôr fim à violência na Ossétia do Sul, que quer independência da nação georgiana e tem o apoio de Moscou. Entretanto, a Rússia rejeitou o cessar-fogo, afirmando que tropas da Geórgia continuavam na província separatista.
A Geórgia acusa a Rússia de bombardear alguns alvos próximos da capital do país, Tbilisi, no domingo. Ao mesmo tempo, Moscou acusa as tropas da Geórgia de bombardear a capital da Ossétia do Sul, Tskhinvali. O governo russo insiste que as tropas georgianas sejam completamente retiradas da Ossétia do Sul para que qualquer decisão de cessar-fogo seja cumprida. O ministro do Interior da Geórgia, Shota Utiashvili, afirmou que os ataques recentes da Rússia teriam atingido uma base militar e uma estação de radares na manhã desta segunda-feira. Não há informações sobre mortos ou feridos. Milhares de pessoas deixaram Gori, depois de um anúncio de que tropas russas estariam se dirigindo em direção à cidade. Há relatos de que a Rússia teria realizado uma ofensiva aérea contra a cidade na manhã desta segunda-feira, depois de diversos ataques durante a madrugada. A Acnur, agência de refugiados da ONU, estima que cerca de 40 mil pessoas deixaram a cidade de Gori nos últimos dias, o que representa 80% da população.
A Acnur e agências humanitárias pedem que as partes em conflito criem um corredor para a passagem de civis que querem deixar a zona atingida Pressão A comunidade internacional continua pressionando a Rússia pelo fim do conflito.
O presidente americano, George W.Bush e seu vice, Dick Cheney, criticaram a ofensiva militar russa na Ossétia do Sul e o governo alertou o país sobre as possíveis conseqüências da ação para as relações internacionais da Rússia.
Em entrevista ao canal de televisão NBC, Bush citou uma conversa que teve com o premiê russo, Vladimir Putin, na qual teria dito que a resposta russa na Geórgia foi "desproporcional".
"Disse que a violência era inaceitável. Fui muito firme com Vladimir Putin e espero que isso se resolva de maneira pacífica", disse Bush.
A postura do governo americano foi reforçada ainda pelo vice-presidente, Dick Cheney, em uma conversa telefônica com o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili. Em um comunicado emitido pelo seu gabinete, Cheney teria dito ao líder da Geórgia que a agressão russa "não pode ficar sem respostas".
De acordo com Cheney, a contínua violência contra a Geórgia traria graves conseqüências para as relações da Rússia com os Estados Unidos e com o restante da comunidade internacional.
Segundo o correspondente da BBC em Washington, Justin Webb, a conversa parece ter sido um esforço de enviar uma mensagem não apenas de solidariedade, mas de que o país estaria pronto para agir.
No entanto, oficiais da Casa Branca se recusaram a especular sobre a reação americana caso a ação militar russa na Geórgia continue.
UOL Celular
O documento foi assinado por Saakashvili ao lado do ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner e da Finlândia, Alexander Stubb, que estão na Geórgia para tentar negociar o fim do conflito.
Os detalhes da proposta ainda são desconhecidos, mas parte do conteúdo do plano envolve o cessar-fogo imediato, a retirada controlada das tropas dos lados e eventuais discussões políticas. Nesta segunda-feira, o presidente russo Dmitri Medvedev, afirmou que a operação militar russa na Ossétia do Sul estaria próxima do final. Apesar disso, os conflitos continuam na região.
Cessar-fogo Cessar-fogo No domingo, o presidente da Geórgia declarou cessar-fogo e propôs o início das negociações com a Rússia para pôr fim à violência na Ossétia do Sul, que quer independência da nação georgiana e tem o apoio de Moscou. Entretanto, a Rússia rejeitou o cessar-fogo, afirmando que tropas da Geórgia continuavam na província separatista.
A Geórgia acusa a Rússia de bombardear alguns alvos próximos da capital do país, Tbilisi, no domingo. Ao mesmo tempo, Moscou acusa as tropas da Geórgia de bombardear a capital da Ossétia do Sul, Tskhinvali. O governo russo insiste que as tropas georgianas sejam completamente retiradas da Ossétia do Sul para que qualquer decisão de cessar-fogo seja cumprida. O ministro do Interior da Geórgia, Shota Utiashvili, afirmou que os ataques recentes da Rússia teriam atingido uma base militar e uma estação de radares na manhã desta segunda-feira. Não há informações sobre mortos ou feridos. Milhares de pessoas deixaram Gori, depois de um anúncio de que tropas russas estariam se dirigindo em direção à cidade. Há relatos de que a Rússia teria realizado uma ofensiva aérea contra a cidade na manhã desta segunda-feira, depois de diversos ataques durante a madrugada. A Acnur, agência de refugiados da ONU, estima que cerca de 40 mil pessoas deixaram a cidade de Gori nos últimos dias, o que representa 80% da população.
A Acnur e agências humanitárias pedem que as partes em conflito criem um corredor para a passagem de civis que querem deixar a zona atingida Pressão A comunidade internacional continua pressionando a Rússia pelo fim do conflito.
O presidente americano, George W.Bush e seu vice, Dick Cheney, criticaram a ofensiva militar russa na Ossétia do Sul e o governo alertou o país sobre as possíveis conseqüências da ação para as relações internacionais da Rússia.
Em entrevista ao canal de televisão NBC, Bush citou uma conversa que teve com o premiê russo, Vladimir Putin, na qual teria dito que a resposta russa na Geórgia foi "desproporcional".
"Disse que a violência era inaceitável. Fui muito firme com Vladimir Putin e espero que isso se resolva de maneira pacífica", disse Bush.
A postura do governo americano foi reforçada ainda pelo vice-presidente, Dick Cheney, em uma conversa telefônica com o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili. Em um comunicado emitido pelo seu gabinete, Cheney teria dito ao líder da Geórgia que a agressão russa "não pode ficar sem respostas".
De acordo com Cheney, a contínua violência contra a Geórgia traria graves conseqüências para as relações da Rússia com os Estados Unidos e com o restante da comunidade internacional.
Segundo o correspondente da BBC em Washington, Justin Webb, a conversa parece ter sido um esforço de enviar uma mensagem não apenas de solidariedade, mas de que o país estaria pronto para agir.
No entanto, oficiais da Casa Branca se recusaram a especular sobre a reação americana caso a ação militar russa na Geórgia continue.
UOL Celular
domingo, 10 de agosto de 2008
Conheça as origens do conflito entre Ossétia do Sul, Geórgia e Rússia
da Folha Online
O conflito entre Geórgia e Ossétia do Sul começou em 1922, quando Josef Stalin (1879-1953) transformou a região separatista em Região Autônoma da República Socialista Soviética da Geórgia e deu à área a planície adjacente, incluindo Tskhinvali, habitada principalmente por georgianos.
Arte/Folha Online
mapa ossétia
Em 10 de novembro de 1989, o Congresso de Deputados Populares da região proclamou sua conversão em República Autônoma (dentro da Geórgia), decisão que o Parlamento georgiano declarou inconstitucional. No ano seguinte, em 20 de setembro, os deputados proclamaram a soberania e a criação da República da Ossétia do Sul.
Dois anos depois, em 1992, a República proclamou sua independência da Geórgia em um acordo de paz que, contudo, não evitou o país de manter tropas na região. A Rússia, que intermediou acordos de cessar-fogo, tem mantido negociadores de paz na região para garantir a soberania da Ossétia do Sul.
Escalada
Toda a tensão entre Ossétia do Sul, Rússia e Geórgia ganhou força depois da Revolução Rosa, que levou Mikhail Saakashvili à Presidência da Geórgia, em janeiro de 2004.
Saakashvili, aliado dos Estados Unidos, prometeu reconstruir o país e aproximá-lo do Ocidente, o que irritou a Rússia. Nos últimos anos, o presidente geórgio tem acusado a Rússia de apoiar as regiões para sabotar o seu governo. Moscou nega as alegações. Em 2006, o parlamento da Geórgia acusou a Rússia de tentar anexar as regiões, e Saakashvili chegou a levar a denúncia às Nações Unidas.
Na Geórgia, além dos conflitos com os separatistas, a violência interna tem crescido devido às condições econômicas da região, em declínio desde o colapso da União Soviética em 1991.
Com agências internacionais
O conflito entre Geórgia e Ossétia do Sul começou em 1922, quando Josef Stalin (1879-1953) transformou a região separatista em Região Autônoma da República Socialista Soviética da Geórgia e deu à área a planície adjacente, incluindo Tskhinvali, habitada principalmente por georgianos.
Arte/Folha Online
mapa ossétia
Em 10 de novembro de 1989, o Congresso de Deputados Populares da região proclamou sua conversão em República Autônoma (dentro da Geórgia), decisão que o Parlamento georgiano declarou inconstitucional. No ano seguinte, em 20 de setembro, os deputados proclamaram a soberania e a criação da República da Ossétia do Sul.
Dois anos depois, em 1992, a República proclamou sua independência da Geórgia em um acordo de paz que, contudo, não evitou o país de manter tropas na região. A Rússia, que intermediou acordos de cessar-fogo, tem mantido negociadores de paz na região para garantir a soberania da Ossétia do Sul.
Escalada
Toda a tensão entre Ossétia do Sul, Rússia e Geórgia ganhou força depois da Revolução Rosa, que levou Mikhail Saakashvili à Presidência da Geórgia, em janeiro de 2004.
Saakashvili, aliado dos Estados Unidos, prometeu reconstruir o país e aproximá-lo do Ocidente, o que irritou a Rússia. Nos últimos anos, o presidente geórgio tem acusado a Rússia de apoiar as regiões para sabotar o seu governo. Moscou nega as alegações. Em 2006, o parlamento da Geórgia acusou a Rússia de tentar anexar as regiões, e Saakashvili chegou a levar a denúncia às Nações Unidas.
Na Geórgia, além dos conflitos com os separatistas, a violência interna tem crescido devido às condições econômicas da região, em declínio desde o colapso da União Soviética em 1991.
Com agências internacionais
Rússia ataca aeroporto internacional da capital da Geórgia
AFP/NTV
Canal de TV russo mostra casa em chamas após bombardeio ocorrido na madrugada deste domingo em Tskhinvali, capital da região separatista da Ossétia do Sul
Da Reuters
Em Tbilisi
A Rússia bombardeou neste domingo o aeroporto internacional de Tbilisi, capital da Geórgia, horas antes do horário previsto de chegada do ministro do Exterior da França, Bernard Kouchner, informaram uma testemunha da Reuters e o ministro do Interior da Geórgia.
O aeroporto foi atingido a 200 metros da pista.
Os russos atacaram também um aeroporto militar e uma planta de construção de aeronaves na periferia da capital da Geórgia, acrescentou o ministro.
AFP/NTV
Canal de TV russo mostra casa em chamas após bombardeio ocorrido na madrugada deste domingo em Tskhinvali, capital da região separatista da Ossétia do Sul
MAIS IMAGENS DO CONFLITO
CONSELHO REÚNE-SE DE NOVO
RÚSSIA ENVIA 10 MIL MILITARES
ENTENDA AS CAUSAS DO CONFLITO
A ofensiva ocorreu horas após a Geórgia afirmar que havia deixado Tskhinvali, capital da região separatista da Ossétia do Sul, onde forças russas e georgianas se enfrentaram em duros combates nos últimos três dias.
Em Tskhinvali, cerca de 15 explosões de grande intensidade foram ouvidas neste domingo, segundo a equipe de televisão da Reuters.
A Geórgia anunciou neste domingo que havia interrompido os ataques e pediu negociações com a Rússia para um cessar-fogo completo e para "o fim das hostilidades".
Exigência russa
O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, disse neste domingo que a Geórgia deve retirar incondicionalmente suas forças da zona de conflito na região separatista da Ossétia do Sul, informaram agências russas de notícias.
De acordo com as agências, Medvedev disse ao presidente francês Nicolas Sarkozy pelo telefone que Tbilisi também deve assinar imediatamente um compromisso formal de não atacar a Ossétia do Sul.
Mais cedo, a Geórgia anunciou a interrupção das atividades militares na zona do conflito, e disse estar buscando negociações para um acordo formal de cessar-fogo com a Rússia.
Conflito
A Rússia invadiu com tropas e tanques a pequena Geórgia após a tentativa de Tbilisi na quinta-feira à noite de retomar a Ossétia do Sul, uma pequena província pró-Rússia que se separou da Geórgia nos anos 90.
A crise, que se agravou rapidamente, alarmou os Estados Unidos, o principal aliado da Geórgia, e gerou tensões entre os investidores na Rússia, que venderam ações e dinheiro na sexta-feira temendo que o conflito se intensificasse.
As autoridades russas disseram que o número de mortos no combates que começaram na quinta-feira chega a 2.000. A Geórgia disse na sexta-feira haver até 300 pessoas mortas, a maioria civis.
EUA
A Casa Branca lamentou a ação militar russa, que incluiu bombardeios em pelo menos três alvos na Geórgia fora de Ossétia do Sul.
James Jeffrey, assessor para assuntos de segurança nacional do presidente George W. Bush, disse em Pequim - onde o presidente participava da abertura das Olimpíadas - que as ações de Moscou podem ter um "impacto significativo de longo prazo" nas relações.
UE tenta conter conflito entre Rússia e Geórgia
Agencia Estado
Depois de os Estados Unidos advertirem a Rússia sobre seus ataques à Geórgia, vários líderes e organizações mundiais começam a temer que os conflitos aumentem. O Secretário Geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jaap de Hoop Scheffer, condenou o uso de força desproporcional pela Rússia e a falta de respeito pela integridade do território da Geórgia.
O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, cujo país ocupa a presidência da União Européia, partiu, neste domingo, em uma missão para mediar o conflito entre Tbilisi e Moscou. Kouchner irá passar a noite de domingo em Tbilisi junto com sua contraparte da Finlândia, Alexander Stubb, que representa a Organização para Segurança e Cooperação na Europa. Ele estará em Moscou na segunda-feira.
A Polônia pediu que as forças militares da União Européia mandem uma missão de paz para a região do conflito para mediar a questão. Os ministros das relações exteriores do bloco estão se preparando para se encontrar em Bruxelas na próxima quarta-feira, para determinar uma solução para a crise. "A União Européia está preparada para atuar com um papel estabilizador desta região, na condição de que as partes envolvidas se acalmem e terminem com o agravamento da situação", disse o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski. As informações são da Dow Jones.
Depois de os Estados Unidos advertirem a Rússia sobre seus ataques à Geórgia, vários líderes e organizações mundiais começam a temer que os conflitos aumentem. O Secretário Geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jaap de Hoop Scheffer, condenou o uso de força desproporcional pela Rússia e a falta de respeito pela integridade do território da Geórgia.
O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, cujo país ocupa a presidência da União Européia, partiu, neste domingo, em uma missão para mediar o conflito entre Tbilisi e Moscou. Kouchner irá passar a noite de domingo em Tbilisi junto com sua contraparte da Finlândia, Alexander Stubb, que representa a Organização para Segurança e Cooperação na Europa. Ele estará em Moscou na segunda-feira.
A Polônia pediu que as forças militares da União Européia mandem uma missão de paz para a região do conflito para mediar a questão. Os ministros das relações exteriores do bloco estão se preparando para se encontrar em Bruxelas na próxima quarta-feira, para determinar uma solução para a crise. "A União Européia está preparada para atuar com um papel estabilizador desta região, na condição de que as partes envolvidas se acalmem e terminem com o agravamento da situação", disse o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski. As informações são da Dow Jones.
Tropas georgianas se retiram da Ossétia do Sul
Da AFP
As tropas georgianas se retiraram de quase todo o território da república separatista da Ossétia do Sul, informou neste domingo à AFP o secretário do Conselho Nacional de Segurança da Geórgia, Alexander Lomaya.
"Saímos de praticamente toda Ossétia do Sul, como mostra de nossa boa vontade para deter o enfrentamento militar", disse Lomaya.
O secretário anunciou ainda que a Geórgia pediu aos Estados Unidos que atuem como mediadores com a Rússia na crise pela região separatista da Ossétia do Sul.
"Pedimos à secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, que medie com os russos e transmita uma mensagem nossa", destacou.
Ocidente - Os enfrentamentos armados na Ossétia do Sul despertaram temores de um confronto Leste-Oeste no perigoso barril de pólvora que é a região do Cáucaso, mas a Rússia e os ocidentais não parecem interessados numa guerra na Geórgia, segundo a opinião dos analistas políticos.
O conflito preocupa os Estados Unidos e a Europa - especialmente por causa da posição estratégica da Geórgia no transporte do petróleo do Mar Cáspio - e vários observadores acreditam que Tbilisi cometeu um erro ao provocar seu poderoso vizinho.
"Os Estados Unidos ficarão furiosos se os aviões russos bombardearem uma base onde o Pentágono tem conselheiros militares", comentou Edward Lucas, autor de "A nova Guerra Fria".
"Mas George W. Bush, um presidente em fim de mandato, não vai querer arriscar uma Terceira Guerra Mundial por causa da Geórgia", afirmou Lucas ao jornal The Times.
Estes violentos confrontos em um país pró-ocidental, candidato à adesão à Otan e à União Européia, são uma ameaça direta aos interesses ocidentais.
Tbilisi, por sua vez, se mostra muito interessada na internacionalização do conflito.
Michael Denison, professor associado do centro de pesquisa em relação internacionais, a Chatham House, também acha que ainda é muito cedo para se falar de uma guerra aberta.
"Os russos invadiram o território georgiano e isso é algo real, mas não creio que o objetivo deles seja destruir completamente as capacidades militares da Geórgia. é uma demonstração russa para enfraquecer a capacidade dos georgianos", afirmou Denison.
"A escalada militar é possível, mas não estou certa que seja inevitável, porque ninguém está realmente interessado.
A Rússia não está interessada numa escalada da violência porque, além do Cáucaso do Sul, há também um Cáucaso do Norte, com risco de expansão da crise", destaca Laure Delcour, diretora de pesquisas no Iris (Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas) de Paris.
"Nem a União Européia nem os Estados Unidos querem enviar forças militares à região", insistiu Michael Denison.
No entanto, segundo Christopher Langton, analista do IISS (Instituto Estratégico para as Pesquisas Internacionais), este conflito é tanto "um caso entre a Geórgia e a Ossétia do Sul, quanto entre Estados Unidos e Rússia".
"A Rússia se opõe violentamente ao fato de que a Geórgia se converta em membro da Otan e os Estados Unidos chegaram a enfrentar a Rússia em relação a este tema", destaca.
"E se a Geórgia cair (sob influência russa), as esperanças européias de uma independência energética da Rússia desaparecerão", acrescenta Edward Lucas, enfatizando que a Geórgia, por onde passa o oleoduto BTC (Baku-Tbilisi-Ceyhan), é a única via para levar o petróleo do Mar Cáspio, evitando o monopólio das rotas de exportação russas.
Laure Delcour insiste que o risco de uma explosão da violência no Cáucaso, onde outros conflitos continuam latentes, como na Abkházia, outra região separatista da Geórgia, ou em Nagorno Karabakh, região disputada entre Armênia e o Azerbaijão.
As tropas georgianas se retiraram de quase todo o território da república separatista da Ossétia do Sul, informou neste domingo à AFP o secretário do Conselho Nacional de Segurança da Geórgia, Alexander Lomaya.
"Saímos de praticamente toda Ossétia do Sul, como mostra de nossa boa vontade para deter o enfrentamento militar", disse Lomaya.
O secretário anunciou ainda que a Geórgia pediu aos Estados Unidos que atuem como mediadores com a Rússia na crise pela região separatista da Ossétia do Sul.
"Pedimos à secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, que medie com os russos e transmita uma mensagem nossa", destacou.
Ocidente - Os enfrentamentos armados na Ossétia do Sul despertaram temores de um confronto Leste-Oeste no perigoso barril de pólvora que é a região do Cáucaso, mas a Rússia e os ocidentais não parecem interessados numa guerra na Geórgia, segundo a opinião dos analistas políticos.
O conflito preocupa os Estados Unidos e a Europa - especialmente por causa da posição estratégica da Geórgia no transporte do petróleo do Mar Cáspio - e vários observadores acreditam que Tbilisi cometeu um erro ao provocar seu poderoso vizinho.
"Os Estados Unidos ficarão furiosos se os aviões russos bombardearem uma base onde o Pentágono tem conselheiros militares", comentou Edward Lucas, autor de "A nova Guerra Fria".
"Mas George W. Bush, um presidente em fim de mandato, não vai querer arriscar uma Terceira Guerra Mundial por causa da Geórgia", afirmou Lucas ao jornal The Times.
Estes violentos confrontos em um país pró-ocidental, candidato à adesão à Otan e à União Européia, são uma ameaça direta aos interesses ocidentais.
Tbilisi, por sua vez, se mostra muito interessada na internacionalização do conflito.
Michael Denison, professor associado do centro de pesquisa em relação internacionais, a Chatham House, também acha que ainda é muito cedo para se falar de uma guerra aberta.
"Os russos invadiram o território georgiano e isso é algo real, mas não creio que o objetivo deles seja destruir completamente as capacidades militares da Geórgia. é uma demonstração russa para enfraquecer a capacidade dos georgianos", afirmou Denison.
"A escalada militar é possível, mas não estou certa que seja inevitável, porque ninguém está realmente interessado.
A Rússia não está interessada numa escalada da violência porque, além do Cáucaso do Sul, há também um Cáucaso do Norte, com risco de expansão da crise", destaca Laure Delcour, diretora de pesquisas no Iris (Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas) de Paris.
"Nem a União Européia nem os Estados Unidos querem enviar forças militares à região", insistiu Michael Denison.
No entanto, segundo Christopher Langton, analista do IISS (Instituto Estratégico para as Pesquisas Internacionais), este conflito é tanto "um caso entre a Geórgia e a Ossétia do Sul, quanto entre Estados Unidos e Rússia".
"A Rússia se opõe violentamente ao fato de que a Geórgia se converta em membro da Otan e os Estados Unidos chegaram a enfrentar a Rússia em relação a este tema", destaca.
"E se a Geórgia cair (sob influência russa), as esperanças européias de uma independência energética da Rússia desaparecerão", acrescenta Edward Lucas, enfatizando que a Geórgia, por onde passa o oleoduto BTC (Baku-Tbilisi-Ceyhan), é a única via para levar o petróleo do Mar Cáspio, evitando o monopólio das rotas de exportação russas.
Laure Delcour insiste que o risco de uma explosão da violência no Cáucaso, onde outros conflitos continuam latentes, como na Abkházia, outra região separatista da Geórgia, ou em Nagorno Karabakh, região disputada entre Armênia e o Azerbaijão.
sábado, 9 de agosto de 2008
As repúblicas separatistas do Cáucaso
MOSCOU, 9 Ago 2008 (AFP) - O Cáucaso, uma zona geoestratégica, é considerado um verdadeiro barril de pólvora com suas repúblicas separatistas e conflitos de múltiplos componentes étnicos.
-- CÁUCASO DO NORTE (RÚSSIA) --
-------------------------------
- DAGUESTÃO: A maior república do Cáucaso russo, de maioria muçulmana, foi cenário, a partir de 1999, de incursões de rebeldes chechenos que causaram centenas de mortos.
O segundo conflito bélico russo-checheno, em outubro de 1999, começou depois da incursão no Daguestão de um grupo de combatentes chechenos liderado pelo chefe de guerra Shamil Basayev. Moscou respondeu então com uma vasta ofensiva militar.
Os atentados contra os representantes das autoridades, principalmente policiais, continuam sendo freqüentes nesta região.
- CHECHÊNIA: A Chechênia proclamou unilateralmente sua independência em novembro de 1991, um pouco antes da queda da URSS.
Em 1994, o presidente russo Boris Yeltsin empreendeu uma operação militar na Chechênia na qual seu exército sofreu uma derrota. O acordo de Jasiaviurt, que pôs fim a 21 meses de guerra (mais de 50.000 mortos), congelou o problema do status da Chechênia, independente de fato.
Em 1o. de outubro de 1999, as forças russas voltaram a entrar na Chechênia para realizar uma "operação antiterrorista".
A campanha deveria durar alguns meses, mas o conflito perdurou e se estendeu além do território checheno: na Ossétia do Norte, onde Basayev reivindicou a tomada de reféns na escola de Beslan (331 mortos em setembro de 2004), e em Moscou, com um seqüestro no teatro de Dubrovka (outubro de 2002, 130 reféns mortos).
O então presidente russo, Vladimir Putin, organizou em 2003 um referendo constitucional e eleições presidenciais.
O final da "operação antiterrorista" foi anunciado em janeiro de 2006. Apesar de a região gozar de certa normalização institucional e se achar em plena reconstrução, prosseguiram os enfrentamentos com os rebeldes.
O número um de fato desde o assassinato de seu pai, o presidente Ajmad Kadyrov, em maio de 2004, o ex-rebeldes Ramzan Kadyrov se converteu, em abril de 2007, no presidente da Chechênia.
- INGUCHÉTIA: esta vizinha da Chechênia é uma das repúblicas mais pobres da Rússia. Ligados ao chechenos, os inguchétios foram, como eles, deportados em 1944 por Stalin "por colaboracionismo" com a Alemanha nazista.
A Inguchétia, que permaneceu à margem do conflito checheno, sofreu mesmo assim seqüestros, assassinatos e atentados contra suas forças de ordem. Em junho de 2004, um ataque de Basayev na Inguchétia causou 90 mortos, em sua maioria membros das forças de segurança.
Presidente da Inguchétia desde 2002, Murat Ziazikov comanda uma repressão brutal.
- OSSÉTIA DO NORTE: Os ossetas estão divididos em dois Estados, Geórgia, a que pertence a Ossétia do Sul, e a Rússia, da qual faz parte a Ossétia do Norte, e é onde se encontra a principal base russa no Cáucaso.
Em 1992 um conflito (mais de 500 mortos) opôs a Ossétia do Norte à maioria cristã da Inguchétia.
A Ossétia do Norte também sofreu as conseqüências do conflito checheno, com a tomada de reféns de Beslan. Os ossetas acusam a minoria inguchétia muçulmana de fomentar terrorismo na região.
-- TRANSCAUCÁSIA --
-------------------
- OSSÉTIA DO SUL: Em janeiro de 1992, depois de um conflito armado com a Geórgia, os ossetas do sul se pronunciaram em referendo por sua independência da Rússia e união à Ossétia do Norte.
Em virtude de um acordo de cessar-fogo concluído em junho de 1992 entre a Rússia e a Geórgia, uma força de interposição tripartite (ossetas, georgianos e russos) foi posicionada na fronteira entre Géorgia e Ossétia do Sul.
Mas os incidentes continuaram.
O presidente georgiano Mikhail Saakashvili sempre disse que queria recuperar essa posição sob sua autoridade.
Um grande número de ossetas do sul possui cidadania russa e a economia do território depende da Rússia, país ao qual as autoridades separatistas querem se unir.
- ABKHÁZIA: em 1992 a região georgiana da Abházia, situada às margens do Mar Negro, proclamou unilateralmente sua independência.
Um ano de guerra entre separatistas e forças georgianas, que acabou na vitória dos abkházios com o suposto apoio da Rússia, deixou milhares de mortos.
A manutenção da paz na zona está a cargo de soldados russos.
Depois de ter obtido em 2004 a volta da república autônoma de Adjária sob autoridade de Tbilisi, o presidente Saakashvili afirmou que a Abkházia e a Ossétia do Sul deviam seguir seus passos.
Os separatistas rejeitaram um plano alemão, proposto em julho de 2008, para resolver a contenda.
O presidente abkházio, Serguei Bagapch, anunciou seu apoio a seu colega osseta.
- NAGORNO KARABAKH: Encrave com maioria armênia no Azerbaijão, Nagorno Karabakh foi cenário de um conflito sangrento no início dos anos 1990 quando a União Soviética se desintegrou.
O encrave permanece desde o cessar-fogo de 1994 sob controle dos armênios. Mas ainda prosseguem os incidentes entre as forças armênias e azeri
-- CÁUCASO DO NORTE (RÚSSIA) --
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- DAGUESTÃO: A maior república do Cáucaso russo, de maioria muçulmana, foi cenário, a partir de 1999, de incursões de rebeldes chechenos que causaram centenas de mortos.
O segundo conflito bélico russo-checheno, em outubro de 1999, começou depois da incursão no Daguestão de um grupo de combatentes chechenos liderado pelo chefe de guerra Shamil Basayev. Moscou respondeu então com uma vasta ofensiva militar.
Os atentados contra os representantes das autoridades, principalmente policiais, continuam sendo freqüentes nesta região.
- CHECHÊNIA: A Chechênia proclamou unilateralmente sua independência em novembro de 1991, um pouco antes da queda da URSS.
Em 1994, o presidente russo Boris Yeltsin empreendeu uma operação militar na Chechênia na qual seu exército sofreu uma derrota. O acordo de Jasiaviurt, que pôs fim a 21 meses de guerra (mais de 50.000 mortos), congelou o problema do status da Chechênia, independente de fato.
Em 1o. de outubro de 1999, as forças russas voltaram a entrar na Chechênia para realizar uma "operação antiterrorista".
A campanha deveria durar alguns meses, mas o conflito perdurou e se estendeu além do território checheno: na Ossétia do Norte, onde Basayev reivindicou a tomada de reféns na escola de Beslan (331 mortos em setembro de 2004), e em Moscou, com um seqüestro no teatro de Dubrovka (outubro de 2002, 130 reféns mortos).
O então presidente russo, Vladimir Putin, organizou em 2003 um referendo constitucional e eleições presidenciais.
O final da "operação antiterrorista" foi anunciado em janeiro de 2006. Apesar de a região gozar de certa normalização institucional e se achar em plena reconstrução, prosseguiram os enfrentamentos com os rebeldes.
O número um de fato desde o assassinato de seu pai, o presidente Ajmad Kadyrov, em maio de 2004, o ex-rebeldes Ramzan Kadyrov se converteu, em abril de 2007, no presidente da Chechênia.
- INGUCHÉTIA: esta vizinha da Chechênia é uma das repúblicas mais pobres da Rússia. Ligados ao chechenos, os inguchétios foram, como eles, deportados em 1944 por Stalin "por colaboracionismo" com a Alemanha nazista.
A Inguchétia, que permaneceu à margem do conflito checheno, sofreu mesmo assim seqüestros, assassinatos e atentados contra suas forças de ordem. Em junho de 2004, um ataque de Basayev na Inguchétia causou 90 mortos, em sua maioria membros das forças de segurança.
Presidente da Inguchétia desde 2002, Murat Ziazikov comanda uma repressão brutal.
- OSSÉTIA DO NORTE: Os ossetas estão divididos em dois Estados, Geórgia, a que pertence a Ossétia do Sul, e a Rússia, da qual faz parte a Ossétia do Norte, e é onde se encontra a principal base russa no Cáucaso.
Em 1992 um conflito (mais de 500 mortos) opôs a Ossétia do Norte à maioria cristã da Inguchétia.
A Ossétia do Norte também sofreu as conseqüências do conflito checheno, com a tomada de reféns de Beslan. Os ossetas acusam a minoria inguchétia muçulmana de fomentar terrorismo na região.
-- TRANSCAUCÁSIA --
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- OSSÉTIA DO SUL: Em janeiro de 1992, depois de um conflito armado com a Geórgia, os ossetas do sul se pronunciaram em referendo por sua independência da Rússia e união à Ossétia do Norte.
Em virtude de um acordo de cessar-fogo concluído em junho de 1992 entre a Rússia e a Geórgia, uma força de interposição tripartite (ossetas, georgianos e russos) foi posicionada na fronteira entre Géorgia e Ossétia do Sul.
Mas os incidentes continuaram.
O presidente georgiano Mikhail Saakashvili sempre disse que queria recuperar essa posição sob sua autoridade.
Um grande número de ossetas do sul possui cidadania russa e a economia do território depende da Rússia, país ao qual as autoridades separatistas querem se unir.
- ABKHÁZIA: em 1992 a região georgiana da Abházia, situada às margens do Mar Negro, proclamou unilateralmente sua independência.
Um ano de guerra entre separatistas e forças georgianas, que acabou na vitória dos abkházios com o suposto apoio da Rússia, deixou milhares de mortos.
A manutenção da paz na zona está a cargo de soldados russos.
Depois de ter obtido em 2004 a volta da república autônoma de Adjária sob autoridade de Tbilisi, o presidente Saakashvili afirmou que a Abkházia e a Ossétia do Sul deviam seguir seus passos.
Os separatistas rejeitaram um plano alemão, proposto em julho de 2008, para resolver a contenda.
O presidente abkházio, Serguei Bagapch, anunciou seu apoio a seu colega osseta.
- NAGORNO KARABAKH: Encrave com maioria armênia no Azerbaijão, Nagorno Karabakh foi cenário de um conflito sangrento no início dos anos 1990 quando a União Soviética se desintegrou.
O encrave permanece desde o cessar-fogo de 1994 sob controle dos armênios. Mas ainda prosseguem os incidentes entre as forças armênias e azeri
Rússia ataca cidade da Geórgia fora da Ossétia do Sul
BBC
Jatos russos atacaram neste sábado alvos militares na cidade de Gori, na Geórgia, que fica perto da região da Ossétia do Sul.
A Ossétia do Sul, uma região que tenta se separar da Geórgia, foi invadida por tropas russas na sexta-feira, depois que a Geórgia atacou separatistas apoiados pela Rússia na região.
Gori fica perto da capital da Ossétia do Sul, Tskhinvali, e é onde as tropas da Geórgia estão se juntando para defender a região separatista das tropas russas.
Algumas testemunhas dizem que dezenas de civis morreram ou foram feridos nos ataques. Dois aviões russos foram abatidos.
O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, disse que o país está agora em estado de guerra. O Exército da Geórgia anunciou que vai retirar as duas mil tropas georgianas que estão no Iraque para que elas possam combater no país.
Conflitos entre tropas da Geórgia e da Rússia na sexta-feira teriam matado mais de 1,4 mil civis, segundo separatistas.
Pânico em Gori
O correspondente da BBC em Gori, Richard Galpin, diz que várias explosões são ouvidas pela cidade.
Segundo ele, é possível identificar que os alvos russos são três bases militares ocupadas por milhares de soldados da Geórgia.
O correspondente da BBC disse que em um dos alvos os militares georgianos parecem ter conseguido fugir antes de as bombas atingirem o local.
Um outro ataque atingiu um prédio que, segundo os georgianos, seria um bloco residencial. Galpin disse ter visto civis gravemente feridos sendo retirados dos prédios, que estavam pegando fogo.
O correspondente diz que a população de Gori está em pânico e que muitos buscam abrigo contra ataques. Mesmo os militares georgianos estão buscando proteção contra os ataques aéreos dos jatos russos.
A Geórgia afirma que outra cidade do país fora da região separatista também teria sido atacada pelos russos. Segundo o ministério de relações exteriores, a cidade portuária de Poti - um importante posto para navios petroleiros no Mar Negro - foi devastada.
Russos na capital
A Rússia afirmou neste sábado que assumiu controle da capital sul-ossetiana Tskhinvali. O comandante do Exército russo, Vladimir Boldyrev, disse que suas tropas retomaram a capital das forças da Geórgia.
No entanto, o secretário do Conselho de Segurança Nacional da Geórgia, Khakha Lomaia, desmentiu a informação e disse que a capital da região separatista continua "sob total controle das nossas tropas".
Segundo a imprensa russa, a capital foi palco de confrontos entre os dois lados. No entanto, a violência teria sido menor do que a registrada ao longo da sexta-feira.
Há relatos de que a capital da região separatista está completamente devastada e que seus habitantes estão escondidos nos porões de casa, sem eletricidade ou linhas de telefone.
A Cruz Vermelha afirma que os hospitais da cidade estão lotados.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse à BBC que seu país não está procurando guerra contra a Geórgia, mas disse que o país precisava responder à "agressão georgiana".
O Kremlin mandou mais tropas à região. A Rússia disse que precisa defender seus cidadãos na região separatista da Geórgia - sejam eles militares que trabalham nas tropas de paz na Ossétia do Sul, sejam eles os sul-ossetianos que têm passaporte russo.
Lavrov acusou a Geórgia de tomar medidas violentas que violam as leis internacionais.
O presidente russo, Dmitry Medvedev, disse que seu país está tentando "forçar a Geórgia a aceitar paz".
Geórgia em estado de guerra
O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, anunciou que seu país está em estado de guerra contra a Rússia, depois do ataque à cidade de Gori.
Saakashvili disse que todas as forças da Geórgia seriam mobilizadas e que recursos vitais serão poupados para o conflito.
Ele afirmou que vai pedir ao Parlamento do país que aprove lei marcial, porque seu país "está sob estado de total agressão militar da Marinha, da Aeronáutica e de grandes operações em terra da Rússia".
O correspondente da BBC em Moscou James Rodgers disse que as iniciativas diplomáticas para impedir o conflito não deram resultado até agora.
Diplomacia
Na sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU não conseguiu chegar a um acordo sobre uma declaração pedindo cessar-fogo.
A Grã-Bretanha, os Estados Unidos e a França afirmam que a agressão russa seria o principal fator do conflito, enquanto Moscou culpa a Geórgia.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, pediu que a Rússia retire suas tropas e respeite a integridade territorial da Geórgia. Os Estados Unidos e a União Européia devem mandar uma delegação à região para negociar um cessar-fogo.
O órgão de segurança da União Européia alertou que o conflito na região pode se transformar em uma guerra.
O governo do Brasil emitiu uma nota na qual manifesta "preocupação" com a escalada de violência na Ossétia do Sul, lamenta a perda de vidas no conflito e pede que as partes busquem o diálogo e um cessar-fogo imediato.
Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil
© British Broadcasting Corporation 2006. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem a autorização por escrito da BBC BRASIL.
Jatos russos atacaram neste sábado alvos militares na cidade de Gori, na Geórgia, que fica perto da região da Ossétia do Sul.
A Ossétia do Sul, uma região que tenta se separar da Geórgia, foi invadida por tropas russas na sexta-feira, depois que a Geórgia atacou separatistas apoiados pela Rússia na região.
Gori fica perto da capital da Ossétia do Sul, Tskhinvali, e é onde as tropas da Geórgia estão se juntando para defender a região separatista das tropas russas.
Algumas testemunhas dizem que dezenas de civis morreram ou foram feridos nos ataques. Dois aviões russos foram abatidos.
O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, disse que o país está agora em estado de guerra. O Exército da Geórgia anunciou que vai retirar as duas mil tropas georgianas que estão no Iraque para que elas possam combater no país.
Conflitos entre tropas da Geórgia e da Rússia na sexta-feira teriam matado mais de 1,4 mil civis, segundo separatistas.
Pânico em Gori
O correspondente da BBC em Gori, Richard Galpin, diz que várias explosões são ouvidas pela cidade.
Segundo ele, é possível identificar que os alvos russos são três bases militares ocupadas por milhares de soldados da Geórgia.
O correspondente da BBC disse que em um dos alvos os militares georgianos parecem ter conseguido fugir antes de as bombas atingirem o local.
Um outro ataque atingiu um prédio que, segundo os georgianos, seria um bloco residencial. Galpin disse ter visto civis gravemente feridos sendo retirados dos prédios, que estavam pegando fogo.
O correspondente diz que a população de Gori está em pânico e que muitos buscam abrigo contra ataques. Mesmo os militares georgianos estão buscando proteção contra os ataques aéreos dos jatos russos.
A Geórgia afirma que outra cidade do país fora da região separatista também teria sido atacada pelos russos. Segundo o ministério de relações exteriores, a cidade portuária de Poti - um importante posto para navios petroleiros no Mar Negro - foi devastada.
Russos na capital
A Rússia afirmou neste sábado que assumiu controle da capital sul-ossetiana Tskhinvali. O comandante do Exército russo, Vladimir Boldyrev, disse que suas tropas retomaram a capital das forças da Geórgia.
No entanto, o secretário do Conselho de Segurança Nacional da Geórgia, Khakha Lomaia, desmentiu a informação e disse que a capital da região separatista continua "sob total controle das nossas tropas".
Segundo a imprensa russa, a capital foi palco de confrontos entre os dois lados. No entanto, a violência teria sido menor do que a registrada ao longo da sexta-feira.
Há relatos de que a capital da região separatista está completamente devastada e que seus habitantes estão escondidos nos porões de casa, sem eletricidade ou linhas de telefone.
A Cruz Vermelha afirma que os hospitais da cidade estão lotados.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse à BBC que seu país não está procurando guerra contra a Geórgia, mas disse que o país precisava responder à "agressão georgiana".
O Kremlin mandou mais tropas à região. A Rússia disse que precisa defender seus cidadãos na região separatista da Geórgia - sejam eles militares que trabalham nas tropas de paz na Ossétia do Sul, sejam eles os sul-ossetianos que têm passaporte russo.
Lavrov acusou a Geórgia de tomar medidas violentas que violam as leis internacionais.
O presidente russo, Dmitry Medvedev, disse que seu país está tentando "forçar a Geórgia a aceitar paz".
Geórgia em estado de guerra
O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, anunciou que seu país está em estado de guerra contra a Rússia, depois do ataque à cidade de Gori.
Saakashvili disse que todas as forças da Geórgia seriam mobilizadas e que recursos vitais serão poupados para o conflito.
Ele afirmou que vai pedir ao Parlamento do país que aprove lei marcial, porque seu país "está sob estado de total agressão militar da Marinha, da Aeronáutica e de grandes operações em terra da Rússia".
O correspondente da BBC em Moscou James Rodgers disse que as iniciativas diplomáticas para impedir o conflito não deram resultado até agora.
Diplomacia
Na sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU não conseguiu chegar a um acordo sobre uma declaração pedindo cessar-fogo.
A Grã-Bretanha, os Estados Unidos e a França afirmam que a agressão russa seria o principal fator do conflito, enquanto Moscou culpa a Geórgia.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, pediu que a Rússia retire suas tropas e respeite a integridade territorial da Geórgia. Os Estados Unidos e a União Européia devem mandar uma delegação à região para negociar um cessar-fogo.
O órgão de segurança da União Européia alertou que o conflito na região pode se transformar em uma guerra.
O governo do Brasil emitiu uma nota na qual manifesta "preocupação" com a escalada de violência na Ossétia do Sul, lamenta a perda de vidas no conflito e pede que as partes busquem o diálogo e um cessar-fogo imediato.
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